Melhor pé-sujo de SP, Mercearia São Pedro reúne artistas e escritores

23/06/2012

MARCOS DÁVILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As estantes de livros e DVDs estão cada vez mais acuadas diante da farra dos contumazes frequentadores da Mercearia São Pedro. Nota-se uma ponta de inveja no olhar de John Lennon, que, da capa de uma biografia, mira o vaivém dessa gente.

Eleita na categoria “Melhor bar de São Paulo” pelo júri, ao lado do Astor, Número e Veloso, a casa leva também os títulos de “Melhor happy hour” e “Melhor pé-sujo”.

Abastecida pelos generosos sanduíches do Antônio, a festa se estende até a calçada, com baldes lotados de garrafas de cerveja. São artistas, escritores, cineastas e visionários de toda sorte que atravessam as noites e as gerações nesse armazém da cultura, que tem como berço o ano 1968.

http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/1107108-melhor-pe-sujo-de-sp-mercearia-sao-pedro-reune-artistas-e-escritores.shtml

Clientes defendem o bar ‘Mercearia’ e falam até em protesto

ARTUR RODRIGUES
DE SÃO PAULO

24/04/2014 

“Se fechar esse bar é o caos, a gente faz protesto”, diz figurinista Érica Grisende, 27, bebericando uma cerveja na Mercearia São Pedro, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.

Ponto de encontro de boêmios e artistas, o bar foi fechado administrativamente pelo Psiu (Programa de Silêncio Urbano) no dia 18, após anos de reclamações da vizinhança.

Ontem, mesmo sem autorização da prefeitura, já estava funcionando. O fechamento -só na teoria- também virou papo de bar.

Amiga de Érica, a também figurinista Tatiana Ruffo, 26, se empolgou com a ideia do protesto. “A gente fecha a rua”, diz. “O velhinho vai querer sossego na Vila Madalena? Vai morar no Morumbi!”

O dono do bar, Pedro Issa, não quis muita conversa. Disse à Folha que o advogado dele estava “sentado com o juiz” para tratar dos detalhes da reabertura da casa. “Fui orientado por ele a não me manifestar”, afirma.

Sem informação sobre nenhuma liminar que garanta a reabertura do boteco, a prefeitura ameaça partir para uma solução mais radical: emparedar a mercearia. O local só poderá abrir após se adequar à legislação, afirma a administração municipal.

A briga com a prefeitura não é de hoje. Em 2007, o local foi multado em R$ 25 mil por estar aberto após 1h da manhã. No ano seguinte, uma nova multa pelo mesmo motivo.

Depois do fechamento administrativo, segundo quem mora por perto, o bar continuou abrindo. A diferença é que passou a fechar às 18h. Ontem, funcionários disseram que voltaria ao normal.

Zelador do prédio vizinho ao bar, Erivaldo Lino, 46, diz que faz parte da rotina ver morador esbravejar por causa das noites maldormidas.

Após a proibição do fumo em lugares fechados, em 2009, Lino conta que os frequentadores resolveram discutir cinema, literatura e futebol no meio da rua. “Às vezes tem um fumando, vão quatro para o lado de fora e ficam na calçada falando alto. Parece até briga de tão alto, às três da manhã.”

Há 25 anos morando ao lado da mercearia, a professora Francini Tenório, 58, tem uma coisa em comum com os frequentadores antigos do boteco: sente saudade do tempo que o bar era menos conhecido (logo, mais silencioso). “Mas o pior não é o barulho, é que bloqueiam a calçada e a gente não pode passar”, diz.

A aposentada Maria Helena Del Bianco, 76, entra na conversa para reclamar do cheiro de urina e das garrafas quebradas na calçada todas as manhãs. “E se você reclama, eles te xingam.”

Fã do bar onde pode tomar uma e ainda comprar um livro, o apresentador de TV João Carlos Albuquerque, 58, se compadece da vizinhança.

“Por um lado, é ótimo haver um espaço que não seja careta, onde as pessoas possam beber e conversar na rua. Ao mesmo tempo, acho um horror morar em um lugar onde não respeitam o silêncio”, diz. “Acho que uma cidade civilizada tem que balancear as duas coisas.”

Nas redes sociais, nada de meio termo: a reação foi do protesto à alegria. “Tragédia!”, lamentou um usuário do Twitter. Enquanto isso, outro disparou: “Isso merece muita comemoração. Mercearia São Pedro, em SP, onde todos usam cachecol e são gênios, foi fechada!”

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1444669-clientes-defendem-o-bar-mercearia-e-falam-ate-em-protesto.shtml

 

Historiador explica o surgimento da Vila Madalena

O historiador Eduardo José Afonso fala sobre o bairro da Vila Madalena no programa ENCONTRO COM FÁTIMA BERNARDES.

Dono de um acervo de mais de 3 mil fotos do bairro, muitas delas uma repetição sistemática dos mesmos pontos e enquadramentos, separados por décadas.

Nascido paulistano em 1957, Afonso vive na Vila Madalena desde os 2 anos de idade – atualmente, divide seu tempo entre São Paulo e Assis, no interior do Estado, onde leciona na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Começou a fotografar o bairro em 1980, mas acabou “herdando” um valioso material produzido por um primo de segundo grau, Albino Pires, imigrante português que ganhava a vida como motorista.

“A cidade não tem mais espaço para a vila. A vila dos portugueses, da padaria Brilhante, do campo de futebol, do bonde… Hoje tem muita gente diferente”, escreveu. “Antigamente, todos se conheciam, era como uma cidade do interior… Uma cidade do interior dentro da já chamada metrópole.”

Afonso dizia que a vila estava sendo “descaracterizada e perdendo” o que tinha de melhor: “sua própria identidade”. “Os culpados?”, indagou, no texto. “Não há lugar para se encontrar culpados, quando se fala em progresso, em crescimento.”

Parte do material foi exposta no ano passado, em evento fechado na USP. Mas Afonso pretende mostrar essas mudanças do bairro para um público mais amplo, em breve.

Veja o vídeo com parte da entrevista:

http://globotv.globo.com/rede-globo/encontro-com-fatima-bernardes/v/historiador-explica-o-surgimento-da-vila-madalena/2330572/

 

Apresentação

Vila Madalena

Com um cenário cultural rico, a Vila Madalena vive a perfeita harmonia entre a arte urbana de um bairro moderno, a boemia e musicalidade dos bares e o culto ao retrô, presente em diversas lojinhas de decoração e galerias.

Reduto dos jovens e dos blocos de Carnaval de rua, a vila é um dos bairros mais novos da cidade, habitado nas décadas de 70 e 80 principalmente por estudantes da USP, hippies e artistas.

Oferecendo agito e entretenimento garantido ao público hype que freqüenta suas ruas de nomes característicos, sempre é possível encontrar uma atividade acontecendo, sejam elas festas, bailes, shows de bandas covers, etc…

Para aqueles que ainda não conhecem a Vila Madalena, existe um tour específico que apresenta os principais pontos do bairro, como por exemplo o Beco do Batman, famoso pela presença intensa da arte urbana.

A agência Grid será responsável pela criação da identidade visual do bairro.
O projeto trará como idéia principal uma identidade que represente sua originalidade e mescle a forte presença da arte urbana com a arte vintage e retrô.

Comunicar a interação entre essas duas vertentes para um público jovem será nossa diretriz. Desde as cores até a escolha da fonte e grafismos, tudo será voltado para explicitar o coração vivo que é o bairro, com uma vida noturna agitada e tardes agradáveis, e como um local de últimas novidades e pura arte.

Utilizando tendências e conceitos atuais do Design, toda a sinalização seguirá esta premissa, visando atender ao público massivo que freqüenta o bairro. 

“A VILA MADALENA É A HARMONIA ENTRE ARTE URBANA, BOEMIA E O VINTAGE.”

Mutirão na praça!

No último sábado (29/3), a Praça da rua Belmiro Braga amanheceu a plenos vapores!

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Logo cedo, o Mister Basurama deu início à construção de um novo brinquedo para o espaço. Com pneus e cordas, todos materiais jogados no lixo, o espanhol – com a ajuda de voluntários – conseguiu renovar o playground da Praça. Para complementar, o antigo parquinho foi lixado e pintado, assim como as arquibancadas que cercam o local.

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A quadra também teve sua pintura refeita, uma antiga demanda dos grupos que praticam esportes na praça durante a semana. Com a ajuda de pás e vassouras, o entulho acumulado nos arredores do espaço – que incluía vidros, bitucas de cigarro, papel, plástico, etc. – foi retirado.

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Basurama é um coletivo que realiza projetos de arte e design para transformação social através de estrategias lúdicas e participativas. Os protagonistas de seus projetos são os resíduos e os processos relacionados com sua produção na sociedade de consumo. Desde 2001, tem trabalhado em mais de 20 países e mais de 50 cidades do mundo.

http://vilamundo.org.br/2014/03/praca-recebe-a-comunidade-para-mutirao-de-reformas/

 

Conheça o novo nome da praça!

Após eleição realizada pelo VilaMundo, que contou com 100 votos, o local foi batizado como Praça do Beco, seguido de Niggaz da Hora“Como o Beco ainda é um dos poucos lugares de São Paulo com uma obra intacta do grafiteiro Alexandre da Hora, o Niggaz, o movimento dos grafiteiros considera justa essa homenagem”, afirma Bárbara Trugillo,

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História da Praça

Até meados dos anos 90, a rua Belmiro Braga (situada entre as ruas Cardeal Arcoverde e Inácio Pereira da Rocha) era uma via residencial comum. Um ferro velho mal administrado atrapalhava a vida dos moradores e a área do Beco que cobre o Córrego Verde não era urbanizada. Hoje, a rua é um dos principais endereços culturais da cidade de São Paulo, fazendo jus a seu nome: Belmiro Braga era um poeta mineiro que colaborou também em vários jornais de sua terra natal e de São Paulo.

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Nesta rua funciona uma série de espaços culturais. Os pontos mais emblemáticos são a Praça e o Beco do Grafite, construídos sobre o Córrego Verde. Esses espaços públicos são hoje conhecidos por seus grafites, criados por artistas de reconhecimento nacional e internacional e por atividades como a Praça do Samba e o Encontro de Malabares.

http://vilamundo.org.br/2014/03/vote-no-seu-nome-favorito-para-a-praca-na-vila-madalena/